A partir da esquerda, Ruy Marques, Jonas Perales, Paulo Gadelha, Tânia Araújo-Jorge e Leila Bezerra compuseram a mesa de aberturaEm comemoração aos seus 10 anos, a Rede Proteômica do Rio de Janeiro deu início na quinta-feira, dia 29 de novembro de 2012, ao seu V Fórum, que aconteceu até sexta-feira, no auditório do Museu da Vida, na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O objetivo é mostrar o panorama atual e os desafios desse eixo científico que se concentra no estudo das proteínas de qualquer amostra biológica, visando identificar, quantificar e entender as modificações que ocorrem em suas estruturas. Na abertura do evento, o presidente da FAPERJ, Ruy Garcia Marques, foi homenageado em reconhecimento ao crescente apoio que a Fundação vem dando ao desenvolvimento da ciência e tecnologia do estado do Rio de Janeiro, englobando-se aí projetos da Rede Proteômica.
 
Presentes à cerimônia de abertura, o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, e a diretora do Instituto Oswaldo Cruz, Tania Araújo-Jorge, ressaltaram a importância da Fundação para a consolidação da rede. "A FAPERJ não só apoiou, em 2002, sua implementação, como, ao longo desses dez anos, investiu recursos para a criação da grande infraestrutura que a rede mantém atualmente", disse Gadelha. O coordenador do evento, professor Jonas Perales, foi além: "Podemos dizer que, nessa área, não há nada parecido no Brasil com a infraestrutura que a Rede Proteômica do Estado do Rio de Janeiro tem hoje em dia. E devemos muito à FAPERJ." Perales destacou ainda que nos últimos três anos houve um crescimento de 130% no número de projetos em andamento na rede. "Em 2009, tínhamos 40 pesquisas em desenvolvimento, e em 2012, estamos fechando o ano com aproximadamente 100 estudos na área."
 
Em sua conferência, Ruy Marques afirmou que o cumprimento da constituição estadual, que prevê o repasse de 2% da arrecadação líquida do governo para a FAPERJ, foi fundamental para o crescimento nos investimentos da Fundação em C&T no quinquênio 2007-2011. Ele destacou ainda que mais do que manter programas com recursos próprios, a FAPERJ busca parcerias com outras agências de fomento, estaduais e federais, assim como com empresas e instituições internacionais. "De 2007 até o presente momento, investimos algo em torno de R$ 1,7 bilhão, sendo mais de R$ 300 milhões por meio de parcerias, como as que temos com a Capes e com o CNPq, por exemplo. Este mês, inclusive, fechamos acordo de cooperação com a Amil Lifesciences, do grupo Amil, e hoje à tarde firmamos acordo semelhante com o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, vinculado à Rede D´Or, que ao todo vão somar  um investimento de R$ 20 milhões", relatou Ruy Marques, ressaltando que o estado do Rio de Janeiro já é responsável por 16% de toda produção científica do Brasil, mas que tem capacidade para, no mínimo, dobrar essa participação.
 
Segundo Marques, o crescimento da FAPERJ no período foi além dos recursos investidos: a Fundação ampliou e reformou suas dependências, passando a ocupar não somente o sexto andar do edifício Estácio de Sá, no Centro do Rio, como também metade do quinto andar, aumentando sua área física de 1.000 m2 para 1.500 m2. "Além disso, realizamos o primeiro concurso público da história da Fundação, aprovamos a Lei Estadual de Inovação e a regulamentação do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (Fatec), fizemos alterações no estatuto da FAPERJ", acrescentou.
 
Fechando a cerimônia de abertura, a coordenadora da rede, professora Leila Lopes Bezerra, do Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes da Uerj, lembrou que atualmente ela já conta com mais de 100 membros, entre pesquisadores e estudantes de pós-graduação e graduação. Leila destacou também que ao comemorar uma década de existência, a Rede Proteômica marca uma produção dez vezes mais do que em seu primeiro quinquênio (2002-2006). "Nos últimos cinco anos, cerca de 300 trabalhos desenvolvidos pelos nossos membros foram publicados em revistas de alto impacto", enfatizou. Em seguida, Leila entregou à Ruy Marques uma placa de homenagem, falando de sua vida acadêmica, como médico, professor e pesquisador na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), destacando seu perfil de gestor na atual função de presidente da Fundação.
10 anos da Rede Proteômica
 
Ladeado por Leila Bezerra e Jonas Perales, Ruy Marques posa com a placa que recebeu como homenagemO termo proteômica começou a ser utilizado na década de 1990, como forma de descrever proteínas expressas por um genoma. Esta área de pesquisa faz uso de uma série de tecnologias de última geração, utilizadas na separação, identificação e quantificação de proteínas em grande escala, permitindo a realização de estudos com as mais diversas aplicações na área biológica. Entre os principais métodos de análise, estão a eletroforese em gel bidimensional – técnica de separação de proteínas e moléculas – e a espectrometria de massa – aparelho que consegue identificar os diferentes átomos que compõem uma substância.
 
Lançada em 2002 com o apoio inicial da FAPERJ e posteriormente da Fiocruz, do Ministério de Ciência e Tecnologia e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Rede Proteômica do Rio de Janeiro tem contado ainda com apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e conta como integrantes importantes instituições de pesquisa do Rio de Janeiro, como Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Instituto Nacional do Câncer (Inca), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e Fundação Oswaldo Cruz.
 
Segundo Jonas Perales, seu objetivo é integrar todos esses institutos para o desenvolvimento de estudos na área proteômica, que variam desde a determinação do próprio proteoma – conjunto de proteínas que podem ser encontrados em uma célula – de alguns organismos até a procura de biomarcadores e alvos terapêuticos que possam auxiliar o diagnóstico e o tratamento de doenças, assim como a busca por novos medicamentos, mais específicos e com menos efeitos colaterais. Um dos desafios para o futuro é a implantação de novas técnicas e abordagens biotecnológicas. "Hoje, podemos pensar em alcançar novos resultados em um futuro próximo, já que atualmente a rede conta com vários equipamentos e espectrômetros de massa de última geração, que estão na UFRJ, na Uerj, na Fiocruz e no Inca", aposta Jonas Perales.
Fonte: FAPERJ