Duas novas espécies de mamíferos foram recentemente descritas pela Profa. Lena Geise do Laboratório de Mastozoologia do Departamento de Zoologia. São roedores totalmente adaptados a vida nas árvores, raramente sendo observados no solo da mata.
   O trabalho foi publicado no periódico Journal of Mammalogy [Costa, Geise, Pereira & Costa 2011. Phylogeography of Rhipidomys (Rodentia: Cricetidae: Sigmodontinae) and description of two new species from southeastern Brazil. Journal of Mammalogy, 92: 945 – 962].
 
   Os roedores sigmodontíneos do gênero Rhipidomys são pouco conhecidos entre a fauna de pequenos mamíferos neotropicais, com poucos estudos sobre a sua sistemática e distribuição geográfica. No artigo recém-publicado são descritas duas espécies novas de Rhipidomys (rato escalador) para o sudeste do Brasil.
 
   O nome dado para a espécie – Rhipidomys itoan - que também foi coletada no CEADS, UERJ é derivado da palavra itohã da linguagem indígena Pataxó Hã-Hã-Hã, da família lingüística Maxakali, o que significa céu ou lua (Rodrigues 1994; http://pib.socioambiental.org/pt/povo/pataxo-ha-ha-hae/922, 3 June 2009), em referencia aos lugares altos na floresta que a espécie utiliza como seu hábitat.
   A segunda espécie – Rhipidomys tribei – tem o seu nome em honra do Dr. Christopher James Tribe em reconhecimento a suas contribuições para o conhecimento dos pequenos mamíferos Neotropicais, especialmente na sistemática do gênero Rhipidomys.
   Rhipidomys itoan é encontrado nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, até a Serra da Mantiqueira, incluindo ilhas costeiras como a Ilha Grande e Ilha da Marambaia. O limite norte é o Parque Estadual dos Três Picos, no município de Cachoeiras de Macacu, RJ (22o24’S, 42o35W, 700 m), e o limite sul é em Pilar do Sul, SP (23o49’S, 47o41’W). Em todas as localidades de coleta a vegetação predominante é a floresta ombrófila densa (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 1995; Ururahy et al. 1983), ou Florestas Costeiras da Serra do Mar (Olson et al. 2001).
   Rhipidomys tribei é conhecido apenas de sua localidade tipo, bem como outras duas no estado de Minas Gerais. Os espécimes foram coletados na Reserva Particular do Patrimônio Natural Santuário do Caraça, localizado na Serra do Caraça, na Serra do Espinhaço. As altitudes dos pontos de coleta variam de 900 a 2.000 m, em manchas de floresta semidecídua submontana.
Estas espécies podem ser distinguidas entre si e os congêneres através de caracteres morfológicos e moleculares. Rhipidomys itoan tem um complemento cromossômico único, com um número diploide (2n) de 44 e um número fundamental (NF) variando de 48, 49 e 50.