O Centro de Visitantes do Projeto Coral-Sol foi inaugurado durante solenidade e coquetel na Sede do Parque Estadual da Ilha Grande na Vila do Abraão no sábado dia 6 de dezembro. O Centro tem como objetivo mostrar para o público local e visitantes à Ilha Grande os objetivos, metas e ações do Projeto Coral-Sol, que é um projeto social e ambiental. O evento contou com a participação de pelo menos 50 pessoas entre moradores, visitantes, equipe técnica, catadores, alunos universitários e voluntários.

   O projeto propõe controlar o coral-sol, espécie exótica invasora, agregando valor a sua extração e contribuindo para o desenvolvimento sustentável de comunidades litorâneas. Famílias são capacitadas para recolher e preparar os corais para venda como artesanato, o que vai gerar renda alternativa, combater a expansão dos corais e substituir o comércio ilegal de corais nativos. O Projeto Coral-Sol é, no Brasil, a primeira iniciativa de controle e erradicação de organismos exóticos marinhos financeiramente auto-sustentável. O projeto ganhou o 11º Concurso Banco Real Universidade Solidária pela atuação dos universitários junto à comunidade tradicional da Ilha Grande visando a geração de renda suplementar.

   O coral-sol (nome científico Tubastraea) foi introduzido no Brasil por meio de plataformas de petróleo. Desde 1980 o coral invadiu 900 km de costões rochosos, principalmente na Ilha Grande, uma região de extrema importância para o turismo e a conservação da biodiversidade. Em 2000, o Laboratório de Ecologia Marinha Bêntica, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), iniciou um programa de estudos sobre este coral com o objetivo de identificar o grau de ameaça que representa à fauna e flora nativas. Pesquisas realizadas pela UERJ caracterizaram o coral-sol como altamente nocivo à biota local.

   O Centro de Visitantes, que tem visitação gratuita e funciona as sextas-feiras (13-21h), sábados e domingos (10-21h), tem painéis informativos sobre os objetivos do projeto, como o coral-sol chegou no Brasil, seus efeitos nocivos, os principais espécies exóticas invasoras marinhas no Brasil, a flora e fauna marinha da Baía da Ilha Grande e informações sobre os parceiros do projeto. Ainda conta com exposição do maior coral-sol até agora removido, “o bocão” um modelo do um coral gigante com seus alimentos, uma mostra de corais de idades e tamanhos diferentes e um modelo de recife de 2m de altura que corresponde a mais de 2000 anos de crescimento. Algumas peças de artesanatos feitas com o coral sol estão expostas e os trabalhos científicos até agora publicados também estão disponíveis para consulta.

   Os recepcionistas são alunos da UERJ que recebem e explicam o projeto aos visitantes no Centro, que a partir do dia 19 de dezembro, será transferida para um espaço próprio cedido pelo Parque Estadual da Ilha Grande próxima à casa dos funcionários na Avenida Beira Mar esquina com a Praça Cândido Mendes. É previsto futuramente mostrar atividades externas do projeto em tela e DVD e um aquário com os corais-sol vivos, que depende de uma doação dos aparelhos.

   “Isso representa um avanço importante para o projeto na Ilha Grande. Espero que em cinco, dez anos, cada visitante levará um coral-sol para casa, pois assim resolveremos este problema ambiental” o Coordenador do Projeto Prof. Joel Creed declarou.

   No evento Luiz Philippe Figueiredo, Presidente do Instituto Biodiversidade Marinha, parceiro no projeto elogiou a atuação dos alunos universitários junto aos catadores no projeto e declarou que o Instituto pretende continuar apoiando o projeto. Alexandre Guilherme de Oliveira e Silva, Presidente do Comitê de Defesa da Ilha Grande, outro parceiro, destacou o apoio da Universidade Solidária e Banco Real. “Nosso projeto aqui na Ilha Grande foi um dos dez selecionados pelo UniSol dos mais de 200 submetidos e o acompanhamento, apoio e parceria da UniSol foi fundamental para nos avançamos os objetivos do projeto” diz Alexandre.