Cedrela fissilis Vell.- espécie da Mata Atlântica, encontrada na Ilha Grande Rio de Janeiro.27 de Maio - Dia Nacional da Data instituída por Decreto Federal, de 21 de setembro de 1999, que tem por objetivo apresentar e divulgar medidas para a preservação de um dos Biomas mais ameaçados do Planeta.
A Mata Atlântica é a formação florestal mais antiga do Brasil, estabelecida há pelo menos 70.000.000 de anos. Atualmente, possui apenas pequenos fragmentos remanescentes. Segundo a Fundação SOS Mata Atlântica, a cobertura atual ocupa apenas 7% da área original. O bioma é considerado de importância prioritária para conservação biológica, devido ao seu grau de ameaça e às altas taxas de endemismo e diversidade, tanto da flora quanto da fauna. Tais características contribuem para que a Floresta Atlântica esteja em quinto lugar entre as 25 áreas consideradas como de atenção prioritária – os hotspots mundiais.
   A Mata Atlântica é a fisionomia vegetal que caracteriza o estado do Rio de Janeiro. Esta floresta apresenta uma variedade de formações que constituem um diversificado conjunto de ecossistemas associados. Na região das Serras do Mar e da Mantiqueira forma uma grande cobertura vegetal que constitui o primeiro degrau dos planaltos do interior. Próximas ao oceano, estão as planícies de restinga, dunas, mangues e lagunas. Esses são alguns dos fatores que explicam as razões pelas quais a Floresta Atlântica é tão rica em sua biodiversidade.
 
   Na região sul fluminense, a Ilha Grande destaca-se como um dos mais importantes remanescentes de Mata Atlântica. A Ilha é considerada santuário ecológico, corredor biológico da Serra do Mar, Refúgio Pleistocênico e Núcleo Histórico e Patrimônio Cultural da Humanidade. A Ilha Grande está localizada em uma região apontada como centro de diversidade biológica e endemismo e está inserida na Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, pela UNESCO, desde 1992.
 
   Nesse cenário de riqueza biológica, histórica e social, a UERJ, por meio do Departamento do Centro de Estudos Ambientais e Desenvolvimento Sustentável - DCEADS, tem realizado, com êxito, um ambicioso programa de formação de recursos humanos e desenvolvimento de pesquisa científica e tecnológica. As atividades realizadas resultaram no considerável avanço do conhecimento sobre a Mata Atlântica da região e na aquisição de um acervo com enfoque multi e interdisciplinar. Os resultados obtidos encontram-se registrados em artigos científicos, publicados no Brasil e no exterior, e sob a forma de relatórios, muitos dos quais com impacto sobre as políticas públicas ambientais e sociais.
 
   As pesquisas desenvolvidas pela UERJ na Ilha Grande constituem um amplo estudo ambiental. Os dados acumulados em quase 14 anos de atividade representam a maior radiografia ambiental já realizada em uma área natural e inclui os ambientes terrestre e marinho. Esses dados estão organizados na forma de relatório, com a finalidade de subsidiar a elaboração do Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande, em parceria com o Instituto Estadual de Florestas (IEF/RJ).
 
    O estudo é coordenado pelos professores Marcos Bastos e Cátia Henriques Callado e elaborado por uma equipe de cerca de 50 professores e alunos de pós-graduação e graduação da UERJ, cobrindo diversos temas como: clima; geologia; relevo; solo; hidrografia e hidrologia; flora; fauna; ecossistemas aquáticos interiores e ecossistemas marinhos; história e patrimônio cultural material e imaterial; estrutura econômica e organização sócio-cultural e política; e educação ambiental. O estudo conta com o apoio do Projeto de Proteção à Mata Atlântica (PPMA/KFW), fruto de parceria entre o Brasil e a Alemanha. Segundo o superintendente de Biodiversidade da Secretaria de Estado do Ambiente Paulo Bidegain, o Parque Estadual da Ilha Grande será um dos parques brasileiros com a melhor base de informações para o planejamento, implantação e gerenciamento.
 
   Os projetos desenvolvidos no CEADS evidenciam o seu imenso potencial como um centro de produção e divulgação de conhecimentos científicos e de preservação dos patrimônios natural e histórico, além de sinalizar para a necessidade de diferentes parcerias que propiciem a sua ampliação.
27 de Maio – DIA NACIONAL DA MATA ATLÂNTICA
Cátia Henriques Callado
Coordenadora Científica do Departamento do Centro de Estudos Ambientais e Desenvolvimento Sustentável - DCEADS