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Psicologia evolucionista: a teoria da evolução a serviço do estudo da mente humana 29/08/2008
Há 150 anos um cientista britânico revolucionava a ciência ao lançar o livro 'A origem das espécies': Charles Darwin. A partir de então, diversas áreas do conhecimento passaram a se utilizar da chamada Teoria da Evolução em seus estudos. Um exemplo é a psicologia evolucionista, que se apropria dos conceitos darwinistas para melhor compreender a mente humana, uma das vertentes da psicologia que mais se desenvolveu nos últimos anos. No Brasil, desde 2005, existe um grupo de estudos sobre o assunto que reúne pesquisadores da Uerj e de mais oito universidades do país.
O grupo foi o primeiro na área de psicologia a receber financiamento do Instituto do Milênio (do CNPq) para investigar, do ponto de vista evolucionista, questões como o preconceito racial, a depressão pós-parto, dedicação da espécie humana à criação dos filhos e agressões a crianças. A primeira pesquisa a ser publicada pelo grupo averigua se há fundamento biológico na origem do preconceito racial ou se apenas trata de um fenômeno social.
A professora Ângela Donato Oliva, do Instituto de Psicologia da UERJ, uma das pesquisadoras do grupo nacional de estudos de psicologia evolucionista, detalha a dimensão de um dos trabalhos que vem desenvolvendo: "na pesquisa sobre como a espécie humana investe na criação dos seus filhos foi feito um mapeamento descrevendo famílias em diferentes partes do Brasil". Os dados da pesquisa ainda estão em fase de análise, mas a professora adianta que, apesar dos diferentes contextos sociais, não há grandes variações entre o nível de dedicação de uma mãe de cidade grande e de uma mãe de cidade ribeirinha.
A pesquisadora atribui o grande crescimento da psicologia evolucionista ao desenvolvimento das neurociências ocorrido na década de 1990. Segundo ela, a especialidade já existia, mas era baseada apenas em hipóteses: "o desenvolvimento das neurociências trouxe embasamento empírico às suposições dos pesquisadores". Ângela Donato explica que a perspectiva evolucionista serve de apoio tanto à psicologia social quanto à clínica, pois busca entender o indivíduo inserido no contexto social, fundamentando o diagnóstico e o tratamento de distúrbios psicológicos.
"A própria ansiedade e o medo são um fator de proteção, um fator adaptativo. No dia-a-dia as pessoas não têm fobia de carros ou tomadas, mas desenvolvem facilmente fobia de cobra, rato, altura, ambientes fechados, tudo relacionado com a nossa história evolutiva. Pois, em algum momento do passado isso foi determinante para a sobrevivência da espécie", explica a professora.
No campo da psicologia social, os psicólogos evolucionistas buscam compreender a relação entre a cultura e a biologia dos indivíduos a partir de questionamentos cotidianos. "Somos indivíduos mais cooperadores ou competitivos? São as sociedades que são competitivas ou nós já trazemos na espécie características de competição?", questiona Ângela Donato. Para ela, o ser humano é competitivo na medida em que o contexto faz aflorar este sentimento: "um ambiente com poucos recursos propicia o surgimento do egoísmo e da competição com mais facilidade. O egoísmo pode ser uma maneira de fazer a espécie sobreviver. Olhar para si próprio não é necessariamente ruim".
Críticas à psicologia evolucionista
Com o crescimento da psicologia evolucionista, surgiram os críticos que vêem nessa ciência uma supervalorização do papel dos genes na determinação do comportamento, portanto, um ressurgimento de teorias deterministas que serviram de base para práticas discriminatórias e violentas como o nazismo. Entretanto, para Ângela Donato é um equívoco muito grande dizer que a psicologia evolucionista é determinismo genético, pois ela estuda a adaptabilidade do indivíduo ao meio:
"A psicologia evolucionista é contra qualquer ação discriminatória. Falar que existe um substrato genético não é falar em determinação genética. Nós (humanos) somos decorrência de um processo histórico que ocorre dentro de canais biológicos extremamente flexíveis que se curvam às demandas culturais".
A professora lembra ainda que mesmo Darwin nunca falou em determinismo genético. Ao contrário, seus estudos buscavam mostrar como os animais haviam modificado suas características e evoluído de acordo com o contexto em que estavam inseridos. "a psicologia evolucionista é interessante por descrever como as pessoas são variáveis em diferentes contextos, como elas respondem de maneiras variadas a uma determinada situação", conclui.
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