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- Categoria: Notícias
- Última atualização: 22 Outubro 2015
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Débora Motta

O objetivo do núcleo, que deve ser inaugurado no primeiro trimestre de 2012, no Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes (Ibrag/Departamento de Biofisica e Biometria/Uerj), é usar a fotografia científica ambiental como ferramenta para integrar e dar suporte às pesquisas sobre a biodiversidade da Mata Atlântica que estão em curso no Laboratório de Radioecologia e Mudanças Globais (Laramg/Uerj). Para isso, o BioCenas contará com um grande banco de dados, que vai reunir todas as imagens da Mata Atlântica geradas no escopo dessas pesquisas. “Temos milhares de imagens digitais de diversas espécies da flora e da fauna da Mata Atlântica, que estão sendo identificadas para ser inseridas no banco de dados, que passa por constante atualização”, conta o físico e fotógrafo Antonio Carlos de Freitas.
Retratos da Mata Atlântica
Uma vez implementado, o Núcleo de Fotografia Científica Ambiental – BioCenas contribuirá no atendimento à demanda de pesquisadores, professores e alunos de todos os níveis de formação, além do público interessado nas questões ambientais. “O banco de dados será um instrumento importante para a pesquisa e a divulgação científica das informações visuais sobre a Mata Atlântica e atenderá pesquisadores da Uerj e de outras instituições, interessados na troca desse conhecimento”, diz o professor. “A partir das imagens da flora e fauna, coletadas em campo e arquivadas no banco de dados, pretendemos reforçar o nosso compromisso em relação à caracterização dos ecossistemas do bioma Mata Atlântica”, completa Freitas.

As imagens reunidas no banco de dados do Laramg/Uerj são continuamente obtidas durante expedições científicas em diversos pontos da Mata Atlântica, incluindo Unidades de Conservação Ambiental, como as Reservas Biológicas União e Poço das Antas e os Parques Nacionais de Itatiaia, da Restinga de Jurubatiba e Serra dos Órgãos, entre outros – com a devida autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) –, e também o campus avançado da Uerj na Ilha Grande, que é o Centro de Estudos Ambientais e Desenvolvimento Sustentável (Ceads). “Temos imagens que revelam detalhes de todos os ecossistemas da Mata Atlântica”, ressalta Freitas. Ele lembra ainda que o processo não agride os animais. “Realizamos uma ‘coleta fotográfica’, que dispensa a captura dos animais para estudo”, acrescenta.
Até o fim de 2012, as imagens do banco de dados estarão disponíveis na Internet a todos os interessados, no escopo de outro projeto contemplado pela FAPERJ – “Biodiversidade para todos” –, desta vez pelo edital de Difusão e Popularização da Ciência e Tecnologia. Para isso, as imagens estão sendo identificadas com a colaboração de pesquisadores das mais diversas áreas. “A ideia deste projeto é fomentar, através das imagens disponibilizadas na base de dados on-line, discussões relacionadas à biodiversidade da Mata Atlântica, para motivar a integração da sociedade civil e científica em busca de propostas para a conservação do meio ambiente”, adianta o professor.

Para Freitas e sua equipe de trabalho, a fotografia, com sua linguagem própria, transcende ao registro visual, quando aplicada à ciência, e passa a ser um dado científico obtido através de metodologias e planejamentos experimentais. “Diversas espécies da Mata Atlântica correm o risco de ser extintas sem nem mesmo ter sido registradas. Fica cada vez mais evidente a necessidade de inventários visuais que detalhem a biodiversidade do bioma”, destaca o pesquisador, que coordena, há cinco anos, pesquisas que utilizam a fotografia científica ambiental como metodologia.
O projeto de Implementação do Núcleo de Fotografia Científica Ambiental - BioCenas conta com a participação efetiva da bióloga Heloisa Carneiro da Rocha Guillobel, que é doutora em Ciências Biológicas (Genética), da bióloga Marcia Moura Franco, que é mestre em Educação, Gestão e Difusão em Biociências e da doutora em Química Lavínia de Carvalho Brito – todas da Uerj –, além de vários alunos que estão desenvolvendo suas atividades de pesquisa no âmbito da fotografia científica ambiental.
Veja mais imagens produzidas pelo Núcleo de Fotografia Científica Ambiental - BioCenas
Fonte: FAPERJ