Na noite da última quinta-feira (23/09), foram laureadas as sete pesquisadoras eleitas pelo Prêmio L`Oreal Para Mulheres na Ciência, em cerimônia que foi realizada no Golden Room do Copacabana Palace. Na área de Ciências Biomédicas, Biológicas e da Saúde, uma das contempladas foi a pesquisadora Bruna Romana de Souza, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), com o projeto "Papel dos hormônios gonadais no reparo tecidual cutâneo de camundongos cronicamente estressados".  Bruna, de 30 anos, graduou-se em 2004 em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), tendo concluído o mestrado e doutorado na mesma instituição. Fez mestrado em Morfologia pela UERJ em 2005 e doutorado em Ciências - Biologia Humana e Experimental na UERJ em 2009Até ser nomeada como professora da UFRRJ, ela era bolsista de pós-doutorado recém-doutor do programa conjunto Capes-FAPERJ de Apoio ao Pós-Doutorado no Rio de Janeiro (PAPDRJ). As demais contempladas na área de Ciências Biomédicas, Biológicas e da Saúde são Cristiane Matté, da Unfiversidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Patrícia Fernanda Schuck, da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc); e Simone Appenzeller, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Em Ciências Matemáticas, a contemplada é Audrey Helen Mariz de Aquino Cysneiros, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); em Ciências Físicas, Lucimara Pires Martins, da Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul); e em Ciências Químicas, Kathia Maria Honório, da Universidade de São Paulo (USP).  O prêmio é uma iniciativa da L’Oréal Brasil em parceria com a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Comissão Nacional da Unesco (IBECC).
  
  O Programa "Para Mulheres na Ciência" nasceu em 2006, com a missão de ceder espaço e apoio à participação das mulheres brasileiras no cenário científico do país ao laurear o trabalho de sete jovens pesquisadoras com uma bolsa-auxílio no valor equivalente a vinte mil dólares. Mais informações: http://loreal.abc.org.br/
 
   Seu trabalho: O estresse psicológico está se tornando um grave problema de saúde pública. Segundo a Organização Mundial de Saúde o estresse já é uma epidemia global, pois pelo menos 90% da população mundial sofre de algum nível de estresse. O estresse psicológico está associado à etiologia de uma grande variedade de doenças como a depressão, doenças cardiovasculares e cânceres. Além disso, o estresse psicológico prejudica o fechamento de lesões cutâneas que aumenta o período de internação, o risco de infecções, os custos do tratamento e a morbidade dos pacientes. Atualmente, o mecanismo exato através do qual o estresse compromete o reparo cutâneo ainda não é completamente compreendido, principalmente a participação dos hormônios gonadais. Sabe-se que os hormônios gonadais atenuam a resposta ao estresse em humanos e roedores modulando a ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal.
  
   Além disso, a redução da produção destes hormônios, que ocorre com o envelhecimento, torna os indivíduos mais suscetíveis ao estresse. Entretanto, nenhum trabalho demonstrou se os hormônios gonadais atenuam o efeito do estresse sobre o reparo de lesões cutâneas. Por isso, torna-se necessário desenvolver estudos para compreender como os hormônios gonadais participam das alterações induzidas pelo estresse no reparo de lesões cutâneas e posteriormente propor novas estratégias terapêuticas que possam melhorar o reparo destas lesões e a qualidade de vida dos pacientes.. 

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