“Cordelina,

Cor de luz.... cristalina... anjo... felina... guerreira...

O primeiro contato que tive com a Cordelina foi no vestibular para a UERJ, quando ela tomava conta das provas com o maior barrigão de seu primeiro filho, Charle, que nasceu logo depois, no mesmo dia de meu aniversário. 

Cordelina era secretária do setor de Bioquímica ainda como parte do Departamento de Ciências Fisiológicas da FCM, antes da criação do IBRAG. Era muito querida por todos os alunos e docentes, a quem atendia sempre com muito amor... 

Os alunos da Medicina a apelidaram de “tia Có”...; estava sempre pronta a conversar tanto sobre  as dificuldades nos cursos quanto sobre os problemas pessoais de cada um... sempre com um sorriso e uma abraço afetuoso...

Ao entrar como docente da Bioquímica, meu primeiro filho tinha apenas um mês e 10 dias e era embalado no colo dela que ficava em quanto eu ministrava as aulas para o curso de medicina. Algumas vezes até interrompeu a aula para que meu rebento parasse de chorar com fome...

Sempre tive nela uma amiga, uma consultora, um braço forte e afetuoso ao mesmo tempo, que me elogiava ou me dava uma bronca, um exemplo de bondade, de tenacidade e de doçura....minha mãezinha preta, como eu a chamava carinhosamente. Pude contar com ela, me dando força nos momentos mais difíceis de minha vida, quer perto, no Departamento, quer longe depois de aposentada.  Michele e Charle, seus filhos, também participaram em diversos momentos de minha vida e me ajudam a manter até hoje o biotério do Departamento de Bioquímica...seguem o seu caminho de tenacidade... 

Cordelina era puro amor... tinha uma fé indestrutível....não havia tempo ruim, tudo ia melhorar.... Sei que foi muito difícil para ela se aposentar e por isso continuou a sua missão construindo com muita dificuldade a creche Lar Rafael, onde sei que doou seu amor de corpo e alma até o final de seus dias... cumprindo o que ela disse que prometeu aos anjos que a cercavam... 

Suas últimas palavras para mim, poucos dias antes de falecer, quando disse que ela tinha que se recuperar para continuar a linda missão dela foi que “Deus é quem sabe.....se Ele quiser...” e me abençoou como sempre fazia.....uma despedida...

Todos que puderam usufruir de sua presença algum dia vão sentir muito a sua falta, mas estarão orgulhosos de ter recebido dela um pouco de seu amor e de sua imensa luz....

Que ela descanse em paz... foi uma dádiva participar de sua trajetória nesta vida...”

 

Marsen Garcia Pinto Coelho (Professora do Departamento de Bioquímica  - DBq/IBRAG) 

 

“Cordelina, Cordê, tia, assim era como a chamávamos no Departamento de Bioquímica da UERJ. Espírito sábio e iluminado. O amor e a paciência estavam sempre presentes em seu olhar, suas palavras e atitudes. Nos momentos difíceis era no seu abraço que encontrávamos consolo e esperança. Estava sempre pronta para nos ouvir, com carinho e respeito, nos orientando no caminho do bem e do perdão. Era acolhedora, protetora, mãe de cada funcionário, de cada aluno. Quando se aposentou, assumiu a linda e difícil missão de abrir uma creche sem fins financeiros, acolhendo e cuidando de várias crianças carentes. A fé em Deus sempre foi sua força e direção. Tudo o que fez foi com muito amor, e tenho certeza que continuará fazendo, agora em outra dimensão, sempre muito amparada e iluminada por Deus. Saiba, Cordê, que vc deixou muitas sementes e lembranças boas, e que você ficará para sempre em nossos corações. Nosso carinho eterno a você.”

 

Katia Sabino (Professora do Departamento de Bioquímica  - DBq/IBRAG) 

“A Cordelina ensinou paciência, perseverança e abnegação. Grande ser humano. Confortemo-nos no exemplo dela.”

 

Jayme da Cunha Bastos (Professor do Departamento de Bioquímica  - DBq/IBRAG) 

“Cordelina foi Mãe de todos que dela se aproximaram. Sempre disposta a ouvir, a aconselhar e ajudar. Sua vida foi uma dedicação ao próximo. Era uma pessoa iluminada, simples e abnegada. Com certeza, onde estiver, estará em paz, com muita luz e bem amparada. Só saudades e boas recordações.”

 

Vera Lúcia Freire da Cunha Bastos (Professora do Departamento de Bioquímica  - DBq/IBRAG) 

“Dona Cordelina, a senhora partiu dessa vida à Paz, agora é eterna. Aos que aqui ainda estão, resta honrar e homenagear o legado deixado pela senhora. Saudades.”  

 

Valdeir Gonçalves (amigo de Dona Cordelina)

"Cordelina, o anjo da família Paes.

(e de tantas outras famílias)

 

Quando cheguei na UERJ Cordelina já estava aposentada.

A conheci através da sua filha Michele, que trabalha no biotério do nosso departamento.

Então, há muitos anos, fui a São Gonçalo com meus pais e testemunhei o que é amor. O que é o milagre da "multiplicação do pão". O amor ao próximo, a força, e sobretudo a fé. A partir da primeira ida ocorreram várias. E toda a família foi envolvida, os filhos, a nora, o irmão. Ir até a Creche Arcanjo Rafael era uma aula. Cordelina era uma fortaleza. Cozinhava para 70 crianças, dava carinho, chamava atenção, cantava, brincava, era uma mãe. Conhecia a história de cada um. E cada história... Ficava até tarde esperando a última criança ir embora e levava pra casa quando o responsável não vinha buscar. Uma creche que se sustentava com doações, mas especialmente com a doação dela, da Cordelina. Ao chegar lá você era recebido com um sorriso. Sempre. E com um abraço e um beijo. E que abraço! Uma mistura de força e suavidade. Cordelina sonhava com a gente. Ligava pra gente. Como sempre disse meu pai: "nosso anjo". No começo dessa quarentena tentamos muito falar com ela. Um tempo antes do nosso anjo partir tivemos o contato da netinha dela avisando que o número tinha mudado. Não foi só o telefone que mudou, mudou também o endereço. Nosso anjo foi para o céu, e Arcanjo Rafael, com certeza, a recebeu com um sorriso, um abraço e um beijo. Amém!"

 

Marcia Cristina Paes (Professora do Departamento de Bioquímica  - DBq/IBRAG) 

“Tia Cordelina.

Foi assim que carinhosamente aprendi a chamá-la, desde que cheguei na UERJ, pois ela me recebeu de uma forma tão acolhedora e generosa que jamais esquecerei. Ainda era um menino, muito jovem, enfrentando por vezes situações difíceis e novas para mim, mas toda vez que ela chegava e vinha me acalentar eu sentia que era uma extensão do meu lar, dos meus pais, da minha mãe que estava ali no trabalho olhando por mim, e assim todos os meus temores se dissolviam naquele abraço que parecia ser um bálsamo de gratidão.  Tia Cordelina fez em sua plenitude o que ela sabia fazer de melhor, que era ajudar, acalentar, afagar e acalmar. Peço a Deus que ilumine o céu para receber tia Cordelina e a acolha de tal forma que ela continue zelando lá de cima por todos que tiveram suas vidas premiadas pelo amor, carinho e amizade desta mulher tão especial.”

 

Luciano Marques (Técnico em Química - Núcleo de Biotecnologia Vegetal/IBRAG)

“Conheci Dona Cordelina quando fui comandante do 7°BPM. E como fui sortudo, pela oportunidade de conviver com uma pessoa de coração tão bondoso e que nos inspirava a amar o próximo. 

Sem qualquer ajuda governamental, ela cuidava de cerca de 60 crianças no Lar Anjo Rafael, na Trindade, e contava com o apoio de voluntários que doavam de alimentos a itens de higiene, passando por brinquedos e roupas. 

Na época com seus 74 anos, ela era exemplo de cuidado e preocupação com o próximo. Há quase três décadas ela foi um anjo na vida de tantos... E hoje retornou ao céu. Não tenho dúvidas de que é ao lado de Deus e de Nosso Senhor Jesus Cristo o seu lugar."

Aos familiares, meus sinceros sentimentos."

 

Coronel Salema (Ex-comandante do 7º. batalhão de São Gonçalo)