Quem chega ao estacionamento da UERJ nos meses de junho a agosto encontra os ipês cor-de-rosa em plena floração. Distribuídos ao redor dos prédios do campus Maracanã, os ipês emolduram a paisagem ao exibir a exuberância das suas cores em contraste com o perfil de concreto, marca inconfundível da Universidade.
   Nos jardins do campus existem cerca de 50 espécies de plantas, entre herbáceas, arbustivas e arbóreas, além de um viveiro com mais de 2.000 mudas que abastece inclusive outras instituições. Espécies e mudas cumprem dupla finalidade: o paisagismo e o sombreamento em todas as áreas descobertas do campus. Com os jardins, busca-se cuidar do cultivo e da manutenção das espécies e da formação de um viveiro.
 
   Na época da construção do campus Maracanã, que começa na década de 1960 e segue até o início da década de 1970, o espaço recebeu tratamento paisagístico do escritório sob responsabilidade do botânico e professor Luiz Emygdio de Mello Filho (catedrático em Botânica pela UERJ) e dos arquitetos Fernando M. Chacel e Almir L. Machado. Em 1989 o projeto intitulado “Reurbanização florística do campus da UERJ”, iniciativa do químico e professor José Ilton Pinheiro Jornada, então superintendente da antiga Superintendência do Campus – Sucam, teve como objetivos restabelecer as espécies que teriam sido extintas ao longo dos anos e acrescentarnovos exemplares, mais adequados em novas áreas criadas.
 
   Um relatório sobre o levantamento do projeto foi apresentado na 1ª Semana de Meio Ambiente da Universidade em 1990 e publicado no mesmo ano com o título A vegetação no campus da UERJ, assinado pela professora de Botânica Leila Duarte, com a colaboração dos alunos do curso de Ciências Biológicas.
    O trabalho trazia desenhos com a descrição de dez das árvores cultivadas no campus conforme o planejamento paisagístico original, contendo a morfologia, a origem do nome genérico, a distribuição geográfi ca e a localização nos jardins da Universidade, entre outros pontos. Era o início do trabalho que enfrentaria outro grande desafio – o de ocupar os 120 mil metros quadrados do campus Maracanã com a distribuição de uma amostragem variada e rica da zona tropical. A inclusão dos alunos do curso de Ciências Biológicas tinha como objetivo agregar conhecimento e despertar o interesse pelas pesquisas botânicas de caráter taxionômico e ecológico.
   Na identificação das espécies distribuídas pelo campus, destacam-se as Palmae e as Leguminosae, famílias numerosas de muitas plantas conhecidas pelos nomes populares (e também pela presença em áreas diferentes do campus e pela sua beleza) de palmeira-de-leque, ipê, esponjinha, árvore chinesa, pata-de-vaca e quaresmeira.
 
Fonte: UERJ em questão março/abril 2011 (formato .pdf)