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Produção científica cresce 56% no Brasil 

 
ANTÔNIO GOIS
da Folha de S.Paulo, no Rio 
 
06/05/2009
 
 
   De 2007 para 2008, a produção científica brasileira cresceu 56% e o país passou da 15ª para a 13ª colocação no ranking mundial de artigos publicados em revistas especializadas. 
 
   No entanto, a qualidade dessa produção --medida pelo número de citações que um artigo gera após ser publicado- -continua abaixo da média mundial. 
 
   Os dados que mostram o crescimento da produção científica brasileira foram divulgados ontem pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, em evento na Academia Brasileira de Ciências no Rio, e foram produzidos a partir da base de dados Thomson-ISI. 
 
   Já a informação sobre o impacto da produção acadêmica brasileira consta do site do instituto Thomson Reuters. Os dados mais recentes foram divulgados no dia 3 deste mês. 
 
   No aspecto quantitativo, o Brasil foi o país que mais cresceu na lista das 20 nações com mais artigos publicados em periódicos científicos indexados pelo ISI. Em 2008, 30.145 artigos de instituições brasileiras foram aceitos nessas publicações. Em 2007, esse número era de 19.436. 
 
   Com o crescimento, o Brasil ultrapassou Rússia e Holanda no ranking. Esses 30 mil artigos representam 2,12% da produção mundial. 
 
   Já a dimensão qualitativa --pesquisada entre 2003 e 2007, intervalo maior de tempo para captar melhor o número de citações a um artigo em outros textos acadêmicos-- mostra que a área em que o Brasil mais se aproxima da média mundial de citações é matemática, em que cada texto mereceu 1,28 citação, 11% abaixo da média mundial, de 1,44. 
 
   O presidente da Academia Brasileira de Ciências, Jacob Palis, considerou "alvissareiro" o crescimento brasileiro e disse que isso reflete o aumento do fomento à pesquisa no país. 
 
   "Estar em 13º é muito bom. Estamos colados, por exemplo, na Coreia do Sul. Claro que nossa população é muito maior, mas também é verdade que os sul-coreanos investiram brutalmente em pesquisa nos últimos anos. Se continuarmos nesta marcha, estaremos bem", afirmou Palis. 
 
   Ele explica que uma das razões que contribuíram para o Brasil ultrapassar a Rússia foi o fato de este país ter perdido excelentes pesquisadores para os países ocidentais. 
 
   O especialista em cienciometria (que estuda a produtividade em pesquisa) Rogerio Meneghini foi cauteloso na análise do crescimento brasileiro. 
 
   Para ele é importante analisar não apenas o número de artigos publicados, mas também sua repercussão. Ele lembra também que, mesmo no caso da base Thomson-ISI, há revistas com níveis de qualidade que variam bastante. 
 
   Para o ministro da Educação, contribuiu para esse resultado o aumento do número de mestres e doutores no Brasil, que saiu de 13,5 mil para 40,6 mil de 1996 a 2007 --e o crescimento das bolsas concedidas pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), de 19 mil para 41 mil no mesmo período. 
 
   "Estamos vivendo um momento em que foi possível aumentar em mais de 50% a produção brasileira. Isso aconteceu graças ao trabalho do MEC e do Ministério de Ciência e Tecnologia", disse Haddad. 
 
   Para o presidente da Capes, Jorge Guimarães, é preciso ter em consideração que a repercussão de um artigo leva mais tempo para ser captada. "Um artigo publicado em 2008 ainda não está sendo citado. Isso vale para nós e para todos os países. Para medir o impacto, é preciso olhar mais para trás." 
 
   Além disso, diz, países desenvolvidos levam vantagem por terem mais tradição no meio científico e pelo fato de seus pesquisadores participarem de um número muito maior de congressos internacionais, o que aumenta a visibilidade dos artigos publicados. 
 

   Guimarães admite, no entanto, que é preciso melhorar também nesse aspecto. "Também estamos crescendo no número de citações, mas não com a mesma velocidade


Produção científica
 
Brasil ultrapassa Rússia e Holanda e é o 13 do mundo no ranking da ciência
 
Publicada em 06/05/2009 O GLOBO
 
Carlos Albuquerque
 
 
   RIO - O Brasil subiu no ranking da ciência. De acordo com a avaliação anual feita pela National Science Indicators (NSI), uma das maiores bases de dados científicos do mundo, o país atingiu o 13 lugar na classificação global em produção científica em 2008, duas acima da colocação obtida em 2007. O resultado coloca o país à frente de nações como Rússia (15) e Holanda (14), mas atrás de outros países emergentes, como China (2) e Índia (10). No topo do ranking, estão os Estados Unidos. 
 
  - Esse resultado pode ser atribuído a uma série de fatores, envolvendo a atuação de centros de pesquisas, universidades, o ministério de Ciência e Tecnologia e o ministério da Educação, entre outros - afirmou o ministro da Educação, Fernando Haddad, antes de uma solenidade na Academia Brasileira de Ciências. - Devem ser citadas a expansão da rede de ensino superior e a substituição de professores temporários por efetivos. 
 
   Pela avaliação da NSI, o Brasil teve 30.451 artigos publicados em revistas científicas em 2008, contra 19.436 publicações em 2007. O número, porém, ainda é bastante distante daquele produzido nos Estados Unidos (340.638 publicações). A produtividade científica é medida por publicações nas chamadas revistas indexadas, que têm regras de publicação rigorosas e passam pela revisão de especialistas. 
 
   Número de patentes ainda é baixo 
 
   O retrato da NSI mostra também que o país contribuiu com 2,12% de todos os artigos científicos produzidos por 183 países, 2,9 vezes abaixo da Alemanha (terceira colocada no ranking), 2,6 da Inglaterra (quinta colocada) e 2,1 da França (sexta). 
 
   - Para termos atingido esse patamar, deve ser dado crédito também ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) - disse Haddad. - A expansão das bolsas de estudos e das oportunidades de doutorado também contribuíram para chegarmos a essa posição no ranking da produção científica mundial. 
 
   Segundo o ministro, o desafio das autoridades agora é transformar essa evolução em tecnologia.
- Falta atingirmos esse equilíbrio, levar a teoria para a prática. 
 
   Esse nó se reflete numa discrepância admitida pelo próprio ministro: o número de patentes depositadas no país, que ainda é bastante baixo. Em 2008, o Brasil respondia por somente 0,06% das patentes registradas nos EUA, contra 0,79% da Coreia do Sul, 1,31% da Itália, 2,96% da França e 22,67% do Japão. 
 
   - De fato, o nosso número de patentes é precário - reconheceu o ministro. - Essa questão é, sem dúvida, um problema. 
 
   Para resolver isso, o ministro aposta na Lei de Incentivo à Pesquisa para impulsionar a produção tecnológica no país. 
 
   - A lei, regulamentada em 2008, é o mecanismo perfeito para fazermos essa tradução de conhecimento científico em produção tecnológica. Já tivemos a aprovação e liberação de R$ 20 milhões para projetos científicos e esperamos chegar a R$ 150 milhões em breve. Temos espaço para avançar nesse sentido